E continuando a Homenagem ao Tenê, na década de 70, ele ganhou vários troféus para o Clube ACCPE, organizando blocos e fantasias para os desfiles de Carnaval como o Bloco Debret 1971.
Apresentou muitos Bailes de Debutantes nos anos 70, ele sempre com sua elegância, sutileza e tato social, era um “gentleman”.
Era ele “Tenê”, quem decorava o Salão da ACCPE para os bailes de Carnaval, conforme ele conta no texto abaixo:
Participava ativamente nos ornamentos das ruas da cidade, durante as festas de Corpus Christi.
“Viagem”, um dos primeiros livros de Ganymédes José, foi inteiramente ilustrado com motivos vitorianos, crianças e flores, na diagramação de Tenê.
O livro “Era Uma Vez Casa Branca” de Ganymédes José também todo com ilustrações do Tenê.
A capa do livro “Classe Média” de Ganymédes José, foi feita pelo Tenê, assim como outros que tiveram a sua participação, sua criatividade era muito dinâmica.
O livro “Vamos Fazer Teatro” de Ganymédes José foi dedicado ao seu irmão “Tenê de Casa Branca.
Seu aluno e grande amigo Luiz Fernando Brito relata: “Tenê adorava tudo o que se referia a artes e era reconhecido na região como adepto de atividades culturais. Quando a atriz Cleide Yaconis e o ator Adriano Reis estiveram hospedados em sua casa em Casa Branca, por quinze dias para ensaiar a peça teatral “Greta Garbo quem diria acabou no Irajá”, Tenê também colaborou com a montagem do cenário da peça. Por sugestão da atriz Cleyde Yaconis que se tornaram muito amigos passou a assinar seus trabalhos como “Tenê de Casa Branca”, devido ao fato de sempre falar de sua terra natal. No final de 1977 Tenê muda para São Paulo junto com amigos e a convite de uma empresa de papel crepom começou a desenvolver ainda mais sua criatividade e também inicia seus trabalhos de escritor para crianças e adolescentes.”
Em 1979, na “Mostra Del Libro – 16a. Feira Del Libro per Ragazzi”, em Bolonha, na Itália, seus livros da série “Um, Dois, Feijão com Arroz”, da Editora Ática (O Presente, A Galinha, A Flor, O Time, A Fantasia, A Dinha, A Estrela, A Peteca, O Conjunto), representaram o Brasil, ao lado de escritores consagrados como José Mauro de Vasconcelos, Maria José Depré, Caribé, Inácio de Loyola Brandão, entre outros.
Queria postar todas as capas desta coleção, mas ficou faltando A Galinha e O Conjunto.
Participou da montagem do livro Dom Chicote e Mula Manca de autoria de Oscar Von Pfuhl, Editora Edart – Ano 1982.
Na década de 80, Tenê mantinha um quadro na extinta Revista Feminina, Programa da TV Bandeirantes, onde ensinava trabalhos manuais para mães e filhos executarem juntos.
Em 1981, através da Editora Melhoramentos, lançou a série” Fio a Fio”, com quatro livros: Fazendo Cartões, Retratos de Família, As Cores do Arco Iris e A Noite das Bonecas, todos voltados às crianças da pré-escola e dos primeiros anos do primeiro grau. ( Adolpho este livros pelo que pesquisei são do Ganymédes confirma pra mim por favor)
Atuou também como colaborador das revistas Faça Fácil, Máxima, Cláudia, Cláudia Nossos filhos, Casa e Jardim, Casa e Decoração, Suplemento Feminino do Jornal O Estado de São Paulo (aonde chegou a ganhar prêmios). Participou também da “A Folhinha” Suplemento Infantil do Jornal a Folha de São Paulo, conforme texto: A Folhinha também lançou grandes autores. Eva Furnari publicou ali suas primeiras tirinhas ali. Como colaboradores pudemos acompanhar o trabalho de Regina Melillo de Souza, Edson Gabriel Garcia, Ganymedes José, Edson Kosminsky, Tenê de Casa Branca, Léa Corrêa Pinto, Maria Julieta S. Ormastroni, Eunice Veiga, Angelo Zioni, entre tantos outros. Ilustrações de Moacir Torres, Carlos Avalone, Eduardo Luís (hq OS BATUTAS), Robson Barreto (hq FININHO), Kimura.
Um Jornal a Serviço da Criança/ Tenê – Papai Noel
Folhinha de São Paulo Nº 902 14-12-1980
Presente especial, ensinamos com a ajuda de Tenê de Casa Branca a fazer estes Papais Noel que vão enfeitar nossa casa – e mais historinhas : O Misterio do Lápis amarelo: Edson Gabriel Garcia – Um Grande Amigo: Ilse Ellen – Presente de Natal: Elza Kyrillos e mais passatempos e quadrinhos do Horácio e Fininho.
Este é um site da Fundação Padre Anchieta, onde Tenê dá uma aula de trabalho artesanal, no Programa Panorama da Tv Cultura, é uma pena não conseguirmos ver o vídeo:
artesanato-ent.com o artista tene da casa branca a respeito de seu … cmais.com.br/cedoc/acervo/Videos_K702843_0_09_02.html K702843(0:09:02). DURACAO. 00:06:45. DATA. 03/04/1982. CROMIA. COLORIDO. SOM1. SONORO. LOCAL. SAO PAULO(SP). FONTE. FUND.PADRE … 1
ARTESANATO-ENT.COM O ARTISTA TENE DA CASA BRANCA A RESPEITO DE SEU TRABALHO ARTESANAL PARA EPOCA…
cmais.com.br
As fotos abaixo são do livro do Ganymédes José que foi um dos motivos da briga entre os dois, o Ganymédes queria uma ilustração mais vitoriana e o Tenê algo mais contemporâneo; e saiu o contemporâneo.
Em 2008, ano em que ele faleceu ele refez as ilustrações como o irmão queria. Como se redimindo, fazendo as pazes com o irmão e também com Casa Branca, foi uma pena, pois ele não conseguiu fazer em vida, mas a paz esta estabelecida, pois a intenção foi cumprida.
Estas páginas nunca foram publicadas e poucas pessoas tem conhecimento delas. Foi um entendimento entre ele e a D. Ida Saran (na época Diretora do Departamento de Educação e Cultura de Casa Branca) que estava fazendo essa intermediação. Seria lançado no ano seguinte, mas Deus quis que não, e o projeto ficou engavetado.
Seu último livro “ Teatro Para Quem Nunca Fez Teatro” a arte do teatro para adolescentes, começou a escrever em Barcelona onde às vezes se refugiava. Seu próximo livro seria na mesma linha de trabalho, mas sobre “Moda”, retratando o trabalho de grandes figurinistas, ele estava muito empolgado com este trabalho, pois depois de alguns anos voltava a escrever.
Era totalmente desapegado ao mundo material, visto que todos os direitos autorais dos livros do seu irmão Ganymédes ele doou às Editoras para não se acabar, para não cair no esquecimento, pois ele acreditava que assim haveria interesse das mesmas em continuar editando os livros de Ganymédes.
Faleceu em São Paulo no dia 06/06/2008, deixando amigos saudosos, seu legado e suas obras.
Obras somente de sua autoria:
Teatro para quem nunca fez teatro – Infanto/Juvenil – Tenê de Casa Branca – Editora Edart – 1982.
Criança Cola e Papel – Artesanato – Tenê de Casa Branca – Editora Nobel – 1988.
Faça a Festa Infantil – Artesanato – Tenê de Casa Branca – Editora Nobel – 1988.
Natal com Feltro – Artesanato – Tenê de Casa Branca – Editora Nobel – 1988.
Obras com Parcerias:
É Natal – Autor: Ganymedes Jose / Teresa Noronha / Tenê de Casa Branca / Luiz Puntel – Editora: Dom Bosco – Ano 1980.
Tantos Retratos – Cristina Porto/Tenê da Casa Branca – Editora FTD – 1986.
Entra e Sai – Cristina Porto/Tenê da Casa Branca – Editora FTD – 1986
Se Eu Fosse – Cristina Porto/Tenê da Casa Branca – Editora FTD – 1986.
O Chapéu Sem Cabeça – Cristina Porto/Tenê da Casa Branca – Editora FTD – 1986.
A pipa– Cristina Porto/Tenê da Casa Branca – Editora FTD – 1986.
Presentes – – Cristina Porto/Tenê da Casa Branca – Editora FTD – 1986.
Trecos e cacarecos – Cristina Porto/Tenê de Casa Branca – Editoda FTD – 1986.
Livros que não consegui fotos da capa.
Onde Estará? – Cristina Porto/Tenê da Casa Branca – Editora FTD – 1986.
Para Onde Vai – – Cristina Porto/Tenê da Casa Branca – Editora FTD – 1986.
Onde Já Se Viu? – Cristina Porto/Tenê da Casa Branca – Editora FTD – 1986.
Abrindo a Janela – Cristina Porto/Tenê da Casa Branca – Editora FTD – 1986.
Vassoura Varredeira – Cristina Porto/Tenê da Casa Branca – Editora FTD – 1986.
Esta é uma pequena homenagem, para um dos maiores colaboradores da Cultura Casa-Branquense. Sua integridade, inteligência, ousadia e afetividade sempre foi demonstrada com todos e com sua terra natal. Uma humildade sem tamanho, que apesar dos pesares nunca negou a terra em que nasceu.
Fonte de pesquisa: Maria Teresa Pereira, Luiz Fernando Brito, Adolpho Legnaro Filho,
Termino com : O PRESENTE DE NATAL
Ele abraçou o pacotão feito com papel colorido e enfeitado de fita cheirosa.
Desceu a rua com seus passinhos curtos arrastando o chinelo surrado e foi enfeitando o caminho com seu sorriso de criança contente.
Entrou em casa gritando pela mãe e sacudindo o pacote pelos ares. A mãe veio ver. Os irmãos também.
Abriu a caixa. Tinha ganho um jogo do padrinho. Um jogo colorido, cheio de desenhos bonitos, com dados, fichas e bolinhas.
Sentiu-se senhor importante, dono de um brinquedo. E poderia convidar os amigos para jogar. E convidou mesmo, mas fez um por um lavar as mãos e enxugarem direitinho, antes.
O Natal passou. E lá foi ele capinar junto com o pai. De vez em quando no suor da tarde, vinha-lhe a ideia do brinquedo e os suores do cansaço eram esquecidos.
Nas noites gostosas de dezembro ficava jogando, até quando o sono vinha pedir ordem para chegar.
Jogou por muito tempo e nem percebia que o brinquedo ficava velho, os desenhos perdiam as cores e o encantamento, e o cheiro da novidade não existia mais. Mesmo assim era o importante dono do brinquedo que divertia as crianças da vizinhança.
Uma tarde, chegou o corpo pedindo banho e teve o rosto banhado de lágrimas. Viu o irmão ( o menor de todos) rasgando seu precioso brinquedo lá no fundo do quintal. Berrou, bateu os pés, e a mãe no desespero de não saber para que lado acudir, quase lhe jogou o tacho de sabão na cabeça.
Nesse dia foi o mais infeliz dos meninos. Deitou cedo e as últimas lágrimas molharam seu travesseiro.
Isso faz um tempão que aconteceu. Não sei se ele já esqueceu de tudo. Acho que não.
Mas seja lá como for, tomara que nesse Natal ganhe novamente um brinquedo , porque quando a gente é criança, é muito importante ter um brinquedo. E mais importante ainda é ser feliz.
( Tenê de Casa Branca )
Um grande abraço,
Maria Clara
Maria Clara adorei , maravilhosa e mais que merecida homenagem a dois grandes artistas Ganymédes e Tenê !
Também acho Fernando, principalmente para o Tenê que nunca foi lembrado em Casa Branca. Abraços. Maria Clara
Maria clara sem palavras por este trabalho e é bem merecido para recordarmos ….é para novos casa-branquenses que não tiveram a oportunidade de conhecer este ser iluminado o grande amigo Tene ,,-
Obrigado Luiz Fernando! Acho que o que fiz é o mínimo, ele merecia muito mais. Gostaria de ter convivido mais com ele e ter todos os fatos e fotos de sua trajetória. Mas valeu para deixar uma marca de sua história para que futuras gerações venham conhecer um pouco dessa “Luz Divina” que passou nessa terra. Abraços. Maria Clara
Maria Clara sempre modesta, mas grande em seus ideais, arranca do bau as grandes lembranças, feliz por ser seu amigo e de tantos outros, Abraços
Obrigada meu grande amigo Adolpho!!! Eu só tenho que agradeçer muito seu incentivo e sua ajuda acadêmica para o resgate das memórias, fatos e histórias de pessoas que muito fizeram por Casa Branca e nunca foram lembrados.Abraços. Maria Clara
Parabens Maria Clara, por mais este resgate da memoria de Casa Branca; tive pouco contato com Tene na infancia. Creio que estudava com uma das minhas irmasJa dava mostras do artista que trazia dentro de si; Nao conhecia seus trabalhos. Fiquei impressionado com a criatividade, relatada em seu trabalho.. Abraços. Aloysio
Conheci o Tene a um tempo atras. Como pode morrer tao jovem. Tinha saude e uma alegria contagiante.
SAÍ DE CASA BRANCA EM 1953 E NÃO TIVE O PRAZER DE CONHECER O TENE MAS OUVI FALAR MUITO DELE .NÃO CONHECIA O SEU TRABALHO SABIA SÓ QUE ERA UM GRANDE ESTILISTA. CONHECI O GANIMEDES FOMOS COLEGAS NO GINÁSIO E TIVE DEPOIS DE MUITOS ANOS A ALEGRIA DE FALAR COM ELE POR TELEFONE UMA VEZ QUANDO ESTEVE NA A.P.E.O.E.S.P. E RELEMBRARMOS OS VELHOS TEMPOS. ISTO ACONTECEU POUCO ANTES DELE FALECER. PARABÉNS MARIA CLARA HOMENAGEM MUITO MERECIDA BELÍSSIMO TRABALHO HÁ COISAS QUE NÃO PODEMOS ESQUECER E SE PUDERMOS NÃO DEVEMOS DEIXAR QUE ESQUEÇAM. PARABÉNS.AMIGA.
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